palavras caladas

E a minha garganta fechada só me faz pensar que tem tanta coisa a ser dita.

falta

E eu gostava tanto de você...



Saudade do meu pai, do meu namorado, da minha antiga vida.

hoje

estou doente.

estou carente.

preciso de carinho.

fecha a matraca, Kassia!

Essa semana uma amigdalite me derrubou de vez.

De acordo com meu terapeuta é o meu corpo me mandando calar a boca.

Eu não tenho mais o que falar. A minha posição está clara.

O que eu preciso fazer agora é ficar quietinha, na minha. Pra me recuperar da amigdalite, e pra dar tempo ao tempo. Deixar que os outros decidam suas posições.

um dia de cada vez

A gente aprende no dia-a-dia a ficar junto. Nas pequenas coisas. Eu posso até apontar coisas que fizeram o meu coração balançar lá no incício, mas foi no dia-a-dia que ele balançou de vez.

E agora quando as coisas parecem meio paradas, sem balanço algum, meu desejo - e minha vontade e esperança - é de que a gente consiga recuperar no dia-a-dia esse balanço.

Eram outros tempos. A gente tinha outra vida. Mas a gente não sabia da importância que teríamos um pro outro. A gente não sabia do amor que sentiríamos. E hoje em dia a gente sabe. E a vontade de ficar juntos conta muito.

a minha versão da história

Quem lê o que eu escrevo aqui sabe que ano passado foi uma fase difícil.

Eu desanimei, desacreditei. Mas nem por isso desisti.

Pra falar a verdade em nenhum momento eu desisti. Os planos podiam não estar sendo feitos. As borboletas do meu estômago a tempos já não voavam. Mas eu não desisti.

Não quis e nem podia. Desistir como? O amor ainda existia. A sensação de bem estar ainda existia. O tesão ainda existia.

Muitas manhãs se passaram sem mensagens trocadas. Quantas vezes eu fui dormir sem dar o "boa noite" de sempre. Mas mesmo assim eu não desisti.

Em nenhum momento eu deixei de contar com o que vinha do lado de lá. Com os esforços. Com o carinho. A bola nunca esteve somente na minha mão. Ela estava em jogo. Sempre.

E agora é difícil saber que a bola não está mais comigo. A bola não está mais em jogo. Ela está do lado de lá. E eu não sei se ela vai voltar pro jogo.

A minha vontade é de ir lá e arrancar a força a bola. Colocá-la de novo em campo. E mostrar que é normal desanimar. Que é normal as borboletas sumirem. Que quando o amor continua, quando a sensação de bem estar continua, que mesmo que falte alguma coisa - as borboletas talvez! - quando não falta o essencial a gente não desiste.

A gente continua. E supera isso. E faz disso uma coisa do passado que ajudou a deixar o futuro melhor.

Mas a bola não está comigo. E eu não posso ir lá e arrancá-la. Por mais que eu queira. Por mais que eu precise.

um dia de cada vez

É engraçado como a gente esquece de como se faz pra conquistar, ou no caso reconquistar alguém.

A tentativa é de tentar mostrar todas aquelas coisas que fizeram a pessoa se apaixonar pela gente no início.

E mostrar que as coisas podem ser diferentes porque a gente quer que sejam.

Faz parte do recomeço a incerteza, o medo de que não dê certo. Mas isso não pode impedir que a gente tente. Porque a vontade de ficar junto é muito grande. E isso faz com que a gente se esforce, e principalmente, faz com que a gente enxergue que certas besteiras não fazem tanto sentido numa imensidão de coisas boas.

E é por causa desse um monte de coisas boas que ainda vale a pena.